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sexta-feira, 19 de julho de 2013

Chulos e cigarros

Provavelmente daqui a um tempo começarei a fumar.

Não há muito que se possa fazer.

Outro dia ouvia conversas dispersas de coisas inúteis como se fossem importantes. Não me importo, fazem parte do que chamam de vida. Mas outra coisa bem diferente é querer dizer o que é certo ou errado.

Entende o que quero dizer ou pareço contraditório?

Veja bem, alguém utiliza um jargão de determinada torcida de futebol em uma também determinada situação, sei lá, digamos um grito específico de uma temporada em que este time chega a final de um campeonato em uma situação atípica e daí surge um clamor coerente.
Daí, supõe-se, várias outras pessoas alheias ao futebol ou a este time específico resolvem difamar o futebol ou este time em específico utilizando-se desse jargão em uma situação de distinto contexto tentando provar, em parcas palavras, que futebol é para idiotas.

Pensemos em outro exemplo a partir desse. Digamos que o futebol então é para idiotas, e política para espertos. Mas aí outra pessoa - terceira - diria que nada de esquerda, nada de direita, são todos corruptos e política só tem bandido. Repete-se aquelas palavras "pão e circo, pão e circo, pão e circo" e considera o futebol tão idiota quanto a política, o ideal é aceitar um messias e que ele resolverá tudo. Logo, futebol e política é para idiotas, mas não a religião.

Mas não paremos aqui, digamos que o quarto ser venha a corroborar parcialmente com isso tudo que foi dito, exceto pelo posicionamento de considerar religião idiota também, mas sustentar piamente que a arte é libertadora. Qual arte? Quero dizer, se futebol, política e religião é para idiotas, mas a arte é libertadora, quantos fazem algo? Ou melhor, não seria melhor destruir tudo logo ao invés de se fazer arte para então transformar todos em artistas?

É deprimente, talvez deplorável, no mínimo o presságio do fim da existência - ou pelo menos do que conhecemos como existência - determinar tudo aquilo que é útil ou não, certo ou errado, idiota ou esperto. Ou dizer: "Isso eu quero e aquilo não quero, não para mim somente, mas para todos". Nada disso é liberdade. Nada disso é novo. É tudo uma mera reprodução de um aspecto da falácia da nossa racionalidade, tão arduamente protegida, que deseja constantemente demonstrar por A mais B, logicamente, racionalmente, que o (que coincidência) mEU próprio interesse é o melhor para toda a humanidade.

Chulos! Certamente suas ideias e seus interesses são os melhores, até que a determinada situação inverta a seu favor, e o futebol ou outro esporte; a política ou outro assunto público; a religião ou outra concepção próxima de religião; a arte, a ciência, a filosofia ou qualquer coisa que seja passe a ser menos idiota ou muito esperta porque é do mEU interesse.

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