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quarta-feira, 29 de maio de 2013

Chuva

Poucas são as coisas mais bucólicas que a chuva.

Observá-la.

E não sem sentido fictício como esta narração.

Percebê-la, com a pele, com o nariz, os olhos e escutar a belíssima música que de longe as nuvens preparam...

A dança entre vento e chuva, chuva e vento imita movimentos de dedos tentaculares invisíveis que massageiam a terra já tão desgastada e tensa.

Sua voz é suave, coletiva, ressonante de grande amplitude e de presença ainda maior. São micros e milhares de gotículas que a uma velocidade tal, teima em quase se encontrar e por vezes se encontrar no solo com outras milhares e micro gotículas que repousam ao mesmo tempo.

Não de modo tranquilo. Elas se espatifam e se espalham em outros tantos pedaços.

No conjunto, escorrem e tocam os galhos...

Seu brilho relâmpago do céu marcam sua passagem, iluminando seus segundos em segundos de sua espetacular performance!

O cheiro, penetrante, a brisa suave e úmida que refresca os lábios e fecham os olhos que podem em também um só conjunto apreciá-la.

Observar: seu som, seu cheiro, seu toque, sua sensação e seu preenchimento.

Como que abastecendo micro e milhares de células que se alimentam de milhares e micro partículas de água.

Sacia-me. Respiro-te.

Que delícia de chuva!

Seu horizonte. Suas formas. Suas cores. Suas pequenas distorções de feixes de luz.


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