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quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Quiçá Certeza

Esqueça!

Não se preocupe mais. Com mais nada!

Não há jeito!

É fatal...

Se seu objetivo for ir para cima, a vida te levará para baixo. Os seus sonhos estão fora do labirinto, do outro lado do rio, depois daquela montanha, mais distante que você já pensou que poderia ser, há fogo, há perigo, há chuva ácida e não sei, sinceramente, se você irá conseguir.

Ahh...mas não pense que poderá sair daqui e se divertir. Viver sem pensar nas dívidas, nas obrigações, nos afazeres, nos filhos e nas filhas, maridos e esposas, médicos e dentistas, advogados e empregados, nas violências e depravações...

Também não há escapatória. A vida é, e sempre será, sofrida.

E digo mais, sou o mestre de todas essas vidas...Não só decido quando elas começam e quando terminam, decido como elas começam e como terminam, aliás, como vivem e como morrem.

Sou o controlador, o diretor, o roteirista, o espectador, o juiz, o executor, o carrasco... e muito mais.

Posso usar cada vida, como marionete ou vestimenta, e a conduzo para onde quero. Lá, ajo como bem entender em nome dessa vida. E depois elas procurarão o meu nome para se justificarem.

Tudo bem. É o teatro!

Daí vocês me imploram...brigam umas com as outras, se matam, se corroem, se sentem escolhidas e entendedoras, se endeusam e se enojam. Todas vocês.

Mas vocês são minhas, como sua própria ideia de propriedade. Por isso penso num joguinho de barganha, que será bom para vocês, e ainda melhor para mim, afinal, eu me divirto.

Nesses dias que agora vocês têm chamado de "modernos" ou "tecnológicos", vale até fotografar suas boas ações, suas caridades, tudo aquilo de que se tem orgulho, algo para todos verem...Inclusive, eu, não é mesmo? Não é isso que você tem em mente?

Vai dizer que não me reconheceu?

Sou seu deus criado, idolatra! Aquele pedaço de matéria que você moldou para confortar a sua visão, essa sua ilusão!

Não suporta viver em dúvida, não é? Dizer "não sei" é quase uma heresia! O mundinho da certeza, com algo tão certo  que pode-se dizer que tudo é feito sob meu mando ou minha anuência! Daí vocês podem viver em suas loucuras deitando em poças enormes de fezes.

- É fatal! - vocês dizem.

- O paraíso não é aqui.

- Foi deus quem quis assim!

Fatal?

Como pode se eximir de tudo? Ou como pode fugir tanto de algo que os levam a inventar algo ainda maior para lhes dar certeza?

A essa altura você já deve suspeitar que eu não exista...

Lhe pouparei de sua mente maligna:

Não.

Deixo-lhe as dúvidas. Aproveite!

Com apreço e estima,

aquele que talvez tenha existido ou não.

sexta-feira, 19 de julho de 2013

Chulos e cigarros

Provavelmente daqui a um tempo começarei a fumar.

Não há muito que se possa fazer.

Outro dia ouvia conversas dispersas de coisas inúteis como se fossem importantes. Não me importo, fazem parte do que chamam de vida. Mas outra coisa bem diferente é querer dizer o que é certo ou errado.

Entende o que quero dizer ou pareço contraditório?

Veja bem, alguém utiliza um jargão de determinada torcida de futebol em uma também determinada situação, sei lá, digamos um grito específico de uma temporada em que este time chega a final de um campeonato em uma situação atípica e daí surge um clamor coerente.
Daí, supõe-se, várias outras pessoas alheias ao futebol ou a este time específico resolvem difamar o futebol ou este time em específico utilizando-se desse jargão em uma situação de distinto contexto tentando provar, em parcas palavras, que futebol é para idiotas.

Pensemos em outro exemplo a partir desse. Digamos que o futebol então é para idiotas, e política para espertos. Mas aí outra pessoa - terceira - diria que nada de esquerda, nada de direita, são todos corruptos e política só tem bandido. Repete-se aquelas palavras "pão e circo, pão e circo, pão e circo" e considera o futebol tão idiota quanto a política, o ideal é aceitar um messias e que ele resolverá tudo. Logo, futebol e política é para idiotas, mas não a religião.

Mas não paremos aqui, digamos que o quarto ser venha a corroborar parcialmente com isso tudo que foi dito, exceto pelo posicionamento de considerar religião idiota também, mas sustentar piamente que a arte é libertadora. Qual arte? Quero dizer, se futebol, política e religião é para idiotas, mas a arte é libertadora, quantos fazem algo? Ou melhor, não seria melhor destruir tudo logo ao invés de se fazer arte para então transformar todos em artistas?

É deprimente, talvez deplorável, no mínimo o presságio do fim da existência - ou pelo menos do que conhecemos como existência - determinar tudo aquilo que é útil ou não, certo ou errado, idiota ou esperto. Ou dizer: "Isso eu quero e aquilo não quero, não para mim somente, mas para todos". Nada disso é liberdade. Nada disso é novo. É tudo uma mera reprodução de um aspecto da falácia da nossa racionalidade, tão arduamente protegida, que deseja constantemente demonstrar por A mais B, logicamente, racionalmente, que o (que coincidência) mEU próprio interesse é o melhor para toda a humanidade.

Chulos! Certamente suas ideias e seus interesses são os melhores, até que a determinada situação inverta a seu favor, e o futebol ou outro esporte; a política ou outro assunto público; a religião ou outra concepção próxima de religião; a arte, a ciência, a filosofia ou qualquer coisa que seja passe a ser menos idiota ou muito esperta porque é do mEU interesse.

sexta-feira, 12 de julho de 2013

Apoema (ou escritos distorcidos de um caderno de anotações)

Estou numa busca...

As vezes observo uma pessoa de cabelos
grisalhos e penso estar na maturidade
o que me saciará.

Em outras situações, apesar dos cabelos
cinzas, o que mais me atrai certamente
é o contexto, o modelo de vida.

Não só a maturidade, mas os fios grisalhos
e barbas e rugas atrelados a proatividade
simples, útil e consciente.

Tudo isso cai por terra ao ver a sabedoria
infantil embebida de inocência plena
demonstrada em sorrisos e
brincadeiras.

Sacode-me a dificuldade de perceber
quando perdi isso e deixei de ser
criança.

Mais propício mudar de novo
o modo de vida onde posso ser um
grisalho infantil.

Interagir por mim mesmo com
espíritos e natureza.

Isolado em concreto
Preso em carne e ossos,
confundindo-me sobre
quem eu sou.

Observo. Pulso. Alimento-me
de prana - se pode ser -
coisas indizíveis de se falar

Estou numa busca...

quinta-feira, 6 de junho de 2013

Insano e Salvo

Não venho, cambaleante, afogar minhas mágoas em uma garrafa de escrita.

Também não tenho a intenção de me fazer de vítima, de recorrer a atos solidários ou implorar pela ajuda de um profissional qualificado que pudesse me diagnosticar com maior precisão.

Na verdade - se é que a verdade existe - não preciso ou talvez não queira que alguém venha me dizer algo que eu já estou certo:

Estou louco.

Não como alguns dizem estar após umas biritas.

Justo o contrário, antes. Algumas doses de uísque ou taças de vinho são tentativas desesperadas e sadicamente prazerosas de me encontrar em um estado que domino e conheço.

Não é o que ocorre na loucura. Vivo andando sobre cascas de ovos. Qualquer palavra sincera pode me custar a condenação a um hospício.

E não é de hoje. Só acho que as pessoas tem certo receio à loucura - não que ela exista, devo dizer!

Mas acontece que os lapsos criativos não existem mais. Meu corpo tem se parecido com uma prisão que brinca de quente e frio conforme o dia se arrasta.

12 horas de sono é muito ou pouco a depender de qual momento que se pensa.

De noite quero dia, e de dia quero noite. Como se depois de um banho frio, um banho de sol, uma boa dormida, eu fosse acordar e a sanidade estaria lá...Naquele lugarzinho escondido que preciso manter seguro para não a perder de vez.

Não existe "definitivamente" para um louco. Sequer posso dizer que tenho experimentado a insanidade. Afinal, que diagnóstico fodido seria este dado por um louco?

quarta-feira, 29 de maio de 2013

Chuva

Poucas são as coisas mais bucólicas que a chuva.

Observá-la.

E não sem sentido fictício como esta narração.

Percebê-la, com a pele, com o nariz, os olhos e escutar a belíssima música que de longe as nuvens preparam...

A dança entre vento e chuva, chuva e vento imita movimentos de dedos tentaculares invisíveis que massageiam a terra já tão desgastada e tensa.

Sua voz é suave, coletiva, ressonante de grande amplitude e de presença ainda maior. São micros e milhares de gotículas que a uma velocidade tal, teima em quase se encontrar e por vezes se encontrar no solo com outras milhares e micro gotículas que repousam ao mesmo tempo.

Não de modo tranquilo. Elas se espatifam e se espalham em outros tantos pedaços.

No conjunto, escorrem e tocam os galhos...

Seu brilho relâmpago do céu marcam sua passagem, iluminando seus segundos em segundos de sua espetacular performance!

O cheiro, penetrante, a brisa suave e úmida que refresca os lábios e fecham os olhos que podem em também um só conjunto apreciá-la.

Observar: seu som, seu cheiro, seu toque, sua sensação e seu preenchimento.

Como que abastecendo micro e milhares de células que se alimentam de milhares e micro partículas de água.

Sacia-me. Respiro-te.

Que delícia de chuva!

Seu horizonte. Suas formas. Suas cores. Suas pequenas distorções de feixes de luz.


quinta-feira, 23 de maio de 2013

Reprodução

Uma pessoa diz:

- Sou cientista. Por isso sou o patrono da verdade. A psicologia, a medicina, as ciências sociais: tudo isso me pertence e fornece a resposta verdadeira.

Outra pessoa retruca:

- Jamais! Somente a filosofia é capaz de demonstrar a verdade. A filosofia é a verdade, e eu, como filósofo, sou capaz de trazer a verdade!

Mais alto que todos os outros o terceiro diz:

- Arrependei-vos, pois somente a religião é verdadeira. Sou a palavra de Deus e independentemente do nome que o chamarei, sou o religioso e sou a verdade. Aliás, sou tão verdadeiro que posso até definir o que é religião ou não, o que é santo ou não, o que é verdade ou não.

E por fim, há o artista, que em suas manifestações prefere dizer:

- Tudo isso é besteira! Só a arte tem a verdadeira expressão do espírito. Por isso, quando toco, pinto, danço, represento, estou sendo o verdadeiro.

Pobres homens. Continuarão se achando os verdadeiros até que acabem uns com os outros, enquanto poderiam perpassar suas crenças e unir-se em amor e verdade.

quinta-feira, 16 de maio de 2013

Devaneios nada ortodoxos

"Segue-se o padrão..."

Alguém diria.

Entretanto, são tantas idas e vindas de progressos e retrocessos que fazem o tempo parecer algo tão inútil como só uma ficção barata poderia ser.

Uma xícara de café certamente me animará.

A mente continua a mentir.

Sabe-se lá que dia isto mudará!

Ao invés, posso desmaterializar a fonte do conhecimento que se diz conhecido e desistir dessa busca tão inútil como só o tempo poderia ser.

Acho melhor acender um charuto. A tensão já me consome como não me lembrava ser possível.

A mente mente.

O fogo. Preciso do fogo. Acho melhor esquentar a água. Um café me fará sentir melhor.

Talvez melhor seria se ouvisse um jazz. Duke Ellington e John Coltrane. Como gosto desse disco.

A faixa 2! Não quero a primeira. Se ao menos soubesse alguma coisa de inglês.

Mas vai saber se isso existe! Só ouço ou vejo em alguns filmes que por vezes passam na tv.

A água está quente. Melhor me preocupar com o café. Uma xícara de café melhorará tudo.

Certamente.

Onde diabos deixei o charuto?

O cheiro do contato é muito bom. O fogo e a panela. A panela e a água. A água e o café. O café e a língua.

Que cheiro bom de café. No coador de café.

A vista não é sempre observada. Uma lua. Um degradê. Um pôr do sol onde não se vê o sol mais.

Parecem nuvens desenhadas. Melhor...recortadas de uma fotografia e coladas sobre o degradê.

Uma xícara de café. Não faz diferença. Uma só xícara de café. Afinal, para que outra xícara? Uma só basta.

Uma lua. Uma xícara. Um café. Um charuto.

A mente não cansa.

São tantos pensamentos em desencontros. Tantas ideias que insistem em se dizer melhores. Como pode?

E como poderei conhecer tudo?

O contato. O dedo e o fósforo. O fósforo e a caixa. O fósforo e o charuto. O charuto e os lábios. A fumaça e a boca. A fumaça e o vento. O degradê. O sol e a lua.

São só ideias. Qual delas contém a verdade? Se é que alguma contém a verdade.

O sentimento. Quanto ao sentimento não há inverdade. O sentimento do jazz. O sentimento do café. O sentimento que se sobrepõe à ideia. O sentimento de lua.

Um gole de café. Uma baforada. Uma visão de degradê.

Com tanto céu. Com tanto degradê. Com tanto café. Com tanta fumaça. Com tanta mente, que mente e mente. Com tanta lua. Como pode ser verdade? Uma mente ou um café? Uma ideia ou uma afirmação?

A mente não para. Não quer parar. Outra baforada. Um gole de café.

- Adoro essa música!

São ritmos constantes. De um lado ao outro. Indo e vindo. Progresso e retrocesso. A mente mente.

Não há pensamento em vão.

Não há verdade no pensamento. Há verdade. Não há. Há.

Outro gole de café.

Eu quero o sentimento. O feeling como se dizem nos filmes que vejo às vezes na tv.

O jazz.

Uma xícara de café.

Um charuto.

Nada ortodoxo.

quinta-feira, 9 de maio de 2013

Discurso em defesa da redução da maioridade penal

Este é um discurso que farei em um dia qualquer.

Não será hoje, pois estou demasiadamente indignado, para não dizer cansado ou acomodado.

Só o escreverei aqui para não me esquecer de dizer um dia. Acho que será assim:


Este é abertamente um discurso em defesa da redução da maioridade penal. É absurdo que esses jovens pratiquem barbáries como essas. São massacres como antes nunca vistos pela história da humanidade. Essas "crianças" são sadistas em busca de um pouco de diversão a custa da vida de inocentes.

Eles cravam seus dentes em nossa carne sem nenhuma piedade, buscando apenas se saciarem. Não se importam em rir da nossa cara como palhaços!

Infração é eufemismo para o que eles fazem: são capazes de mudar a vida de outros para sempre. As marcas que deixam são inesquecíveis, e não haverá medidas que anulem isso.

São claramente egocêntricos, acreditam que o mundo gira em torno deles mesmos! E o pior, somos nós mesmos quem os financiamos e os alimentamos. Eles nos obrigam a custear toda a sua vida, para depois, simplesmente saírem por aí, a fazer o que querem. Não seguem a educação e a moral que a sociedade demonstra.

E não me venha dizer que esses maníacos não sabem o que fazem! Sim, são extremamente conscientes.... Atualmente os cientistas mais estudiosos dos lugares mais desenvolvidos fora do Brasil dizem que esses rebeldes respiram e já sabem o que fazem.

Se come, bebe, grita e já brinca com o chocalho....

Se chupa bico, tem idade pra tá na cadeia!

Não deixemos que mais inocentes sofram com essa barbárie!

Eu apoio:

Redução da maioridade penal 18 meses!

Jamais eles tocaram nos meus bens, bandido é bandido, queremos um plebiscito para a redução da maioridade penal!


Ass.: O Palhaço do Circo Sem Futuro

quarta-feira, 1 de maio de 2013

Diálogos de encarcerados


Naquele 1º de Maio, uma banda visita o presídio. É uma forma de recompensar os trabalhos forçados daqueles prisioneiros.

Sob o fedor de ambiente putrefato e carcomido, centenas de milhares, milhares de centenas, centenas de centenas ou inúmeros agentes tinham em mãos folhetos que silenciavam a festança que os cercava:

"O primeiro de maio é um dia extremamente importante na história dos povos modernos.

Em 1886, na cidade de Chicago, ocorreram as grandes manifestações para redução da jornada de trabalho que ficaram conhecidas como REVOLTA DE RAYMARKET, com a morte de diversos ativistas, que impulsionaram outros protestos pelo mundo e culminaram no início dos direitos trabalhistas.

Ainda hoje, mais do que nunca talvez, o homem se vê muitas vezes aprisionado ao trabalho. Sem tempo para a família, para o lazer, para o estudo. Principalmente nas metrópoles, onde o trânsito e o ritmo imposto para se pagar a 'sobrevivência' chega a ser absurdo em inúmeros casos.

É preciso refletir sobre os caminhos dessa nossa modernidade...aonde o progresso está nos levando? Estamos ficando mais livres...ou mais aprisionados com a evolução desse sistema?

Só neste ano - de todo o ORÇAMENTO PÚBLICO DO [PAÍS] (o montante que deve ser destinado à saúde, educação etc.) quase 50% foram diretamente para o pagamento dos JUROS DA DÍVIDA que temos com os banqueiros, nacionais e internacionais.

No fim das contas....quase todos trabalhamos para sustentar esse modelo de [prisionismo] baseado na DÍVIDA, nos JUROS e na exploração.

É preciso acordar e lutar!

Nem só de festa vive o HOMEM!"

Em meio à multidão, um deles ousa sussurrar:

 Gostei deste texto.

Um pouco além do seu ombro direito, uma voz anciã retruca, à medida que se aproxima do ouvido daquele primeiro a se manifestar:

 Justamente agora e neste dia, é importante dizer que os nossos representantes internos não trabalham mais para a redução da hora de trabalho, permanece a escravidão do deslocamento e imposição do local e da forma de execução do trabalho ou dos nossos estudos. E o que é pior, tal pensamento retrógrado espalha-se como uma epidemia virtuosa – como se isso existisse – e contamina a todos os setores, internos e externos, privados e públicos, sendo certo que pareceres, obras de arte, projetos e artigos são tratados, atualmente, como peças de montagem que devem ser produzidos em massa e com meta pré-determinada... Acham que um projetista, desenhista, programador etc. terá melhor capacidade de produção e inspiração.

Uma mão toca o ombro do primeiro manifestante. E a voz anciã conclui:

 Onde estão os militantes de hoje?

Um suspiro profundo e sincero demarca o tempo indefinido que precede a resposta, e então, o diálogo continua com os olhares rasteiros do primeiro manifestante:

 Estamos acuados, controlados, sob medida de falsas ideologias e talvez até de um certo comodismo, ou descrença sobre a possibilidade de sermos tão controlados. – Seus olhos inquietos parecem buscar no chão uma saída para situação tão incômoda. Antes de se ver ainda mais cercado a continuar a exclamar:

 Nos escondemos atrás de máscaras, veiculamos uma série de informações inúteis, enfim, continuamos a seguir os passos necessários para sermos considerados apenas “peões de um jogo”.

O desespero do primeiro manifestante é interrompido pelos dizeres, responsáveis pelo levantar de sua cabeça, emitidos pelo ancião, enquanto este aponta indiscriminadamente para a festança que os circunda, por dentro e por fora:

 E ainda batemos palmas para as medidas que vão nos manietar e nos conduzir para a nossa própria execução!

Os olhares de ambos escorriam entre si mesmos e para todo o presídio, enxergando agora animais sendo preparados e engordados para o abate.

Até que o primeiro manifestante, finalmente, contesta:

 Estamos sob rédeas tão curtas, que pensar em um 1º de maio como um dia reflexivo ou um dia de ócio ao invés de um dia de “interrupção do trabalho”, seria considerado utopia!

Seus olhos não buscam mais o chão, estão, agora, direcionados para si.

Inala-se, exala-se. Quando a parte verbal termina, a revolução individual tem início.



* O texto do panfleto retirado, levemente alterado (em formação, e foram trocadas algumas palavras que estão entre colchetes), de autoria da banda Famílias Gangters postado por sua página no Facebook em 1º de maio de 2013.
Os diálogos foram inspirados em diálogos ocorridos neste dia.
Todos os fatores produtivos são inspirados em "fatos reais". 



segunda-feira, 8 de abril de 2013

Poeminha da 2ª série (agora 3º ano)

Quem pegou minha lancheira?
Brincadeira de correr
Onde está a lapiseira?
Mania de perder

A tia já dizia
Quanto é...?
Alguém tinha que saber

A tia repetia
o ditado
que a gente tem que aprender

Lembro do dia do relógio
de entrar na sala
pra alguém devolver

"É feio! Roubar!"
Mas podia ser
"Não pegue o que não for bom pra você"

Mas...
do que precisa pra isso acontecer?

Uma nova forma de ensinar
um novo jeito de aprender
quem sabe quando inventarem
um novo ABC

Só sei que nada sei

Não sei...